Photo by doctor 최영미

Pode encontrar uma tradução em português brasileiro abaixo.

Si chiamava Suliman Kamara, indossava un paio di pantaloncini corti e una camiciola beige con le vele colorate. Il suo viso era leggermente gonfio e lucido e sembrava un bambolotto, sembrava finto. L’ho accompagnato con molta cura per questo suo ultimo viaggio, l’ho salutato, l’ho accarezzato attraverso il doppio strato di guanti della tuta a protezione totale, e sono felice di averlo fatto io. Non dimenticherò questo piccolo sierraleonese di 3 anni.

Mi chiamo Bokarie, mi occupo di eseguire le procedure di sicurezza presso il centro di trattamento di ebola: l’ammissione di un nuovo paziente, il trasferimento in reparto, la sua dimissione quando va bene, e la consegna del corpo ai servizi mortuari quando non va bene. Prima facevo l’insegnante alle elementari, e, se non ci fosse stata l’ebola, Suliman l’avrei accompagnato per mano ad affrontare la sua vita, magari con un inglese un po’ migliore di quello che aveva prima del suo ultimo viaggio; magari si sarebbe trasferito in un altro Paese, magari avrebbe fatto il pescatore a Funkia. Sotto i 5 anni sono rarissimi i casi di sopravvivenza. La settimana scorsa, Faitallah, 2 anni, ha resistito più di sette giorni, e abbiamo sperato. Il primo gennaio, alle 7 del mattino, ero all’ospedale per assicurarmi che fosse arrivato il latte e la pappa nutriente per bambini. Mi è arrivata la richiesta di una body bag pediatrica. La body bag è la borsa di sicurezza per i corpi. Il latte e la pappa nutriente erano arrivati, ma dovranno essere utilizzati per il prossimo piccolo paziente. L’anno nuovo è cominciato male, ma nei giorni a seguire è migliorato. Faitallah deve essere salita lassù e deve aver convinto qualche boss a finirla. Alla televisione dicono che i casi di ebola stanno diminuendo giorno dopo giorno. Martedì ce ne  sono stati solo 19. Alla fine dell’anno erano più di 40 al giorno. Forse ancora pochi mesi e sarà finita, e poi dovremo continuare a stare attenti alle ricadute, ma forse potremo tornare in strada, forse a fine anno non sarà più vietato andare in spiaggia, forse potremo tornare a stringerci la mano e ad abbracciarci, torneremo a scuola, e i bambini come Faitallah e Suliman torneranno a imparare l’inglese. Non tutti: molti continueranno a stare in strada, ma ci stavano anche prima. Poi arriverà il caldo e mancherà l’acqua. Dicono che ci sarà meno riso dell’anno scorso. Ci sono già meno medici dell’anno scorso, perché molti sono morti. Non sarà facile, ma sarà difficile come è sempre stato. Continueremo a lottare e a vivere.

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Suliman Kamara: versão em português brasileiro. Tradução por Massimo Ferrarese. Abre a janela na favela!

Se chamava Suliman Kamara, vestia um short e uma camiseta bege com a gola colorida. O seu rosto estava levemente inchado e brilhante, parecendo um boneco, parecia de mentira. O acompanhei com muito cuidado por esta sua última viagem, o cumprimentei, fiz carinho através das grossas luvas da roupa de proteção total, e estou feliz por tê-lo feito. Não esquecerei esse pequeno serra leonino de 3 anos.

Me chamo Bokarie, eu cuido dos procedimentos de segurança no centro de tratamento de Ebola: a admissão de um novo paciente, a transferência para a enfermaria, a sua alta na melhor das hipóteses, e a entrega do corpo aos serviços funerários quando não termina bem. Antes eu era um professor na escola primária, e, se não fosse o Ebola, eu teria tomado Suliman pela mão para ensiná-lo a lidar com a vida, talvez a falar um Inglês um pouco “melhor do que ele falava na sua última viagem; talvez você mudasse para outro país, talvez se tornasse um pescador em Funkia. Abaixo dos 5 anos são muito raros os casos de sobrevivência. Na semana passada, Faitallah, 2 anos, resistiu mais de sete dias, e nós tivemos esperança. Em 1 de Janeiro, às 7 da manhã, eu estava no hospital para se certificar de que tivesse chegado o leite e papinha nutritiva para crianças. Recebi o pedido de um body bag pediátrico. O body bag é o saco de segurança para os corpos. O leite e a papinha nutritiva tinham chegado, mas serão usados para a próxima criança. O novo ano começou mal, mas nos dias seguintes melhou. Faitallah deve ter subido lá no alto e deve ter convencido algum chefe para acabar com isso. Na televisão dizem que os casos de Ebola estão diminuindo a cada dia. Terça-feira havia apenas 19. No final do ano eram mais de 40 por dia. Talvez em mais alguns meses e vai acabar, e então teremos de continuar a prestar atenção às recaídas, mas talvez possamos voltar às ruas, talvez até o final do ano não será mais proibido ir à praia, talvez possamos voltar a apertar as mãos e nos abraçarmos, voltaremos à escola, e as crianças como Faitallah Suliman voltarão a aprender Inglês. Nem todos: muitos continuarão a ficar nas ruas, mas isso já acontecia antes. Então virá o calor e vai faltar água. Dizem que haverá menos arroz que no ano passado. Já há menos médicos que no ano passado, porque muitos morreram. Não vai ser fácil, mas será tão difícil como sempre foi. Vamos continuar a lutar e de viver.